16 de julho de 2011

"Porque eu sei que é amor,

eu não peço nada em troca"





Essa minha mania de conjurar ao amor deliberadamente dilacera-me.
És um poço infinito e transbordante em meu peito. Sou somente uma garoa em tua mente.
És o motivo de meus olhares ao céu, enquanto descaminhamos pela terra serena.
Todavia, amar-te-ei sobre o eterno (mais do que me pertmitires).







Amar-te-ei além...

29 de junho de 2011

Despertou fatalmente.

"Onde aprender a odiar para não morrer de amor?"
(Clarice Lispector)







Já era amor antes de sermos.
O amor era, já, antes de sabermos amar.

(Mariana Lopes)

28 de junho de 2011

Tangente a mim

"Como fosse um par que nessa valsa triste se desenvolvesse ao som dos bandolins
E como não, e por que não dizer que o mundo respirava mais se ela apertava assim?
Seu colo como se não fosse um tempo em que já fosse impróprio se dançar assim (...)"










Ao som dos bandolins,
traço, às avessas, o caminho guiado pelas pegadas divinas
a fim de deparar-me com a eterna esperada felicidade,
na dança ritmo ironizada da vida.
(Mariana Lopes)

22 de junho de 2011

O clamor dos lábios

"Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita,
e o beijo tácito, e a sede infinita"
(Carlos Drummond de Andrade)




A mim,
é de tanto agrado quando, entre conversas corriqueiras feitas pra selar o dia, nossos lábios vão vagarosamente- todavia, ardentemente- suavizando-se.
Uma palavra, um toque; uma palavra, um deleite...Como num súbito estranhamento de quem já se conhece, mas precisam reconhecer-se; apalparem-se com a finalidade do aguçamento pertencente aos dois amantes e únicos entendedores.
Até que tais vocábulos sucumbem ao poder da paixão impetuosa e esquecidos são, para o momento em que os lábios , em plena brandura, não mais se clamarem.
(Mariana Lopes)

13 de junho de 2011

" (...) E ter esta sede






era a própria água deles. "
(Clarice Lispector)

Serei se me permitires

É essa minha mania de caçar palavras ou gestos que demonstrem seus sentimentos, às vezes, tão sutis a minha expansiva recepção; tão distantes ao alcance de minhas vênulas, que me entristecem.
É essa minha mania de te querer para o sempre que me prende na insegurança de um dia olhar para o chão e enchergar minha sombra solitária.
É essa minha mania constante de tentar, até no meu andar, explicitar-te todos os meus evasivos sentimentos por ti que te cobra tributariamente um pouco mais de sede pela paixão.
Peço-te o desagravo pela minha intensidade. Tua companheira serei, todavia não esqueçáis de querer-me, eternamente, como tua mulher pois , só assim, seremos protagonistas de um amor teatral envolto de aplausos harmônicos.
(Mariana Lopes)



Ademais, uma pitada de Chico :
"(...)E agora que cheguei eu quero a recompensa,
Eu quero a prenda imensa dos carinhos teus"

24 de maio de 2011

"Ainda bem

Que você vive comigo...




...Entre tantos anos, entre tantos séculos"














Prendi-te do lado esquerdo, bem ali, aqui.
Amarrei minhas mãos sob o calor das suas,
Enlacei seus olhos em meu caminhar.
Invadiu-me com permissão.
Foi equilibrando meus contornos em seu corpo que delineei o amor.
(Mariana Lopes)

Se puder sem medo

Não era o medo do escuro...
É a mente que na penunmbra solitária encontra um campo libertino,
vagando pelos ares sem pudor de si,
retirando as amarras do inconsciente, o qual projeta ilimitadamente a imagem da lembrança nostálgica, afobando meu coração que ressoa na harmonia do desabar do chão.










É. Confesso :
_Tenho medo do escuro oriundo do calar da noite e do falar da dor.






_Por favor, não solte a minha mão até o radiar da aurora.
(Mariana Lopes)

21 de maio de 2011

Quando a mão dele nos leva.

As travessias e travessuras da vida,
as idas e vindas são sempre idas ao horizonte.
A vida é uma predestinação divina, no entanto, há a falta de razão humana que nos incube a criar elos de amor.
Qualquer perda alheia, é uma perda própria.
Em contrapartida, um ganho próprio que expande o coração a fim de imprimí-lo todos os momentos de outrora viventes e , assim, fazer a nostalgia tornar-se presente. A consolação da dor é, pois, o acúmulo de todos os relicários.
Eis a vida, meus senhores:
Uma linha tênue entre os grãos de areia ao blue das nuvens.
Eis o fim desta:
Uma linha eterna de lembrança e puro amor.






Nunca pudera imaginar, quiçá sentir, o que é uma despedida,
não digo desta em que se entra no avião e acenos resplandescem da janela deixando marcas ao vento. Digo do adeus da vida, digo da benção dita ao pé da cama hospitalar e da última troca de olhares adornada por lágrimas e suspiros últimos delirantes.

...

Tu lutaste com o próprio ar pela alegria da vida , deixando a lição da perseverança.
Todavia, as cortinas brancas balançam com o soprar do chamado do Senhor, abrindo-se para a tua chegada na paz, onde a plenitude imperará para o teu desfrute.

10 de maio de 2011

"Vieste com a cara e a coragem com malas, viagens, prá dentro de mim, meu amor"

"Quero fazer contigo o que a primavera faz com as cerejeiras".



(Pablo Neruda)




Quero oferecer a ti a doçura do amargo da cereja,
Quero tocar-te com a rubrica intensidade e delicadeza,
Quero ser a fruta sua sobre a sobremesa
que enfeita a textura de seu paladar com pura regalia
e a qual guardarás, ternamente, sob às setes chaves da promessa
do amor
de infintas primaveras
.
(Mariana Lopes)

8 de maio de 2011

O Amor, o amor, o amor...

...É UMA CERTEZA DIVINA.

(Mariana Lopes)

Dentre todas, a mais bela Flor

Ela me dissera que queria ter nascido uma flor,
Só para ser admirada.
Coitada, mal ela sabia que era
a mais delicada dentre as rosas.
Sua cor é alva, mistura de todas as matizes,
Resplandesce alegria, doçura e bondade.
Eu? Uma semente gerada por essa beleza,
Quiçá um dia fazer-me de tal realeza,
de tal candura.
És a mais bela dentre todas as flores,
A mais bela mãe,
Puro amor, pura doação.

Amo-te muito, além do que qualquer palavra poderá um dia explicitar!
Singelamente,
de sua filha, Mariana.



Felicitações a todas que receberam esse dom de Deus!

25 de abril de 2011

"Não acabarão nunca com o amor...

...nem as rugas,
nem a distância.
Está provado,
pensado,
verificado.
Aqui levanto solene
minha estrofe de mil dedos
e faço o juramento:
Amo
firme,
fiel
e verdadeiramente."
(Vladimir Maiakovski)



"Amores serão sempre amáveis, futuros amantes, quiçá, se amarão sem saber" (Chico Buarque de Holanda)




Nunca ousei prender-me a citações de autores distintos a mim. Todavia, frente a turbulências emotivas, frente a tantos gritos perdidos ao vento, frente a lentidão de minhas pequeninas mãos, eis aí uma autêntica forma de expressão. Deixo apenas a confissão do meu medo do claro e do escuro, deixo apenas o meu silêncio que tanto precisava. Deixo, apenas e tão somente, meu constante juramento à conjugação do amor. (Mariana Lopes)

24 de abril de 2011

Encontros e despedidas

"A rasura que foi feita, foi perfeita na sua hora"




A cada desenlaço choramos mares, entorpecemo-nos, atrofiamos músculos a fim de enleá-lo consoante nossos anseios. No presente, prendemo-nos no passado com o puro objetivo do retorno, eterno retorno. A dor de uma paixão inoportuna é trasbordar-se em pura saudade, em sonhos irrealizáveis, ora, quanto mais impossibilitados, mais devaneamos, mais desejamos. Todavia, qual o objetivo humano senão vivermos só de amor?
Morrer em si de tanto amar é o primeiro sintoma do abandono que desencadeará na esperança e, como conseqüência, na sobra da falta do ser amado, idolatrado.
Dizem que quando estamos apaixonados cegam-se nossos olhos. Mentira! O coração é a visão da alma. Quando estamos desiludidos, perdidos no caminho desencontrado, sim, nossos olhos tampam-se com o martírio da solidão. E a única voz entoante: retorno, retorno, retorno (dele)...



Mas há o tempo. Enganam-se ao pensar que é o remédio para a alma. É a lição da despedida. Num dia atípico ao amanhecer, você, simplesmente, amarra todas as vivências encarceradas em balões de cores que você mesmo pintou e os solta. Da terra, com os pés no chão observa pontos resplandecentes de maturidade sobre o azul.
Todavia, não pensem que se cravar no chão é o começo de uma nova vida na mesma idade, é apenas o início de um fim- pricípio da partida.
Pois, assim, é a vida meus senhores: o eterno retorno. Há a rasura que combina perfeitamente com a origem da composição e quando, finalmente, desvencilhamo-nos de algo, algo já existe e os pés sobre nuvens já dançam. É o eterno compasso do amor que da despedida se faz o encontro.
(Mariana Lopes)

21 de abril de 2011

Raios desentendidos


A moça de cabelos não mais movidos por ventos de girassóis, caminhava pela rua às cansadas, entre vitrines e maniquins, quando deparou-se com um espelho e indagou com certa gota de ultrage:
_ O que são essas olheiras que tanto penumbram minha alma e aprofundam os oblíquos traços delineantes de meu rosto, já não tão singelo?
_ Não olhes para mim, querida dama, sou apenas reflexos de raios desentendidos. Olhes para ti e entenderás- entoou o espelho.






Com os olhos fechados, sorriu.

(Mariana Lopes)