25 de fevereiro de 2011

Branca Escurecida

A entrada cheirava a paz. Era um lugar tranquilo, o "bem-vindo" não era dito, mas sentido. Os cômodos de metros reduzidos transmitiam o acolhimento dos abraços enamorados. As paredes, coloridas de um verde folha, emanavam à natureza e os quadros antigos adornavam-as à moda rústica. Cortinas eram desnecessárias, afinal, o Sol fora sempre bem recebido com seus raios impetuosos refletidos nos móveis empoeirados. O vaso repousante sobre a mesa de jantar, que ficava ao lado da sala e em frente ao quarto, tinha uma textura amorosa, suas rosas vermelhas exalavam paixão; talvez, fosse o ser mais vivo que preenchia o vazio da felicidade daquela casa branca escurecida.

...


Enquanto fechava a cerca, seu eu perdido tinha esperança de que uma voz estimada ecuasse lá de dentro- de onde todo a beleza do mundo se esconde- e a reencontrasse. Porém, a única coisas que ouviu foi o som harmonioso e melancólico do molho de chaves.

(Mariana Lopes)

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