29 de junho de 2011

Despertou fatalmente.

"Onde aprender a odiar para não morrer de amor?"
(Clarice Lispector)







Já era amor antes de sermos.
O amor era, já, antes de sabermos amar.

(Mariana Lopes)

28 de junho de 2011

Tangente a mim

"Como fosse um par que nessa valsa triste se desenvolvesse ao som dos bandolins
E como não, e por que não dizer que o mundo respirava mais se ela apertava assim?
Seu colo como se não fosse um tempo em que já fosse impróprio se dançar assim (...)"










Ao som dos bandolins,
traço, às avessas, o caminho guiado pelas pegadas divinas
a fim de deparar-me com a eterna esperada felicidade,
na dança ritmo ironizada da vida.
(Mariana Lopes)

22 de junho de 2011

O clamor dos lábios

"Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita,
e o beijo tácito, e a sede infinita"
(Carlos Drummond de Andrade)




A mim,
é de tanto agrado quando, entre conversas corriqueiras feitas pra selar o dia, nossos lábios vão vagarosamente- todavia, ardentemente- suavizando-se.
Uma palavra, um toque; uma palavra, um deleite...Como num súbito estranhamento de quem já se conhece, mas precisam reconhecer-se; apalparem-se com a finalidade do aguçamento pertencente aos dois amantes e únicos entendedores.
Até que tais vocábulos sucumbem ao poder da paixão impetuosa e esquecidos são, para o momento em que os lábios , em plena brandura, não mais se clamarem.
(Mariana Lopes)

13 de junho de 2011

" (...) E ter esta sede






era a própria água deles. "
(Clarice Lispector)

Serei se me permitires

É essa minha mania de caçar palavras ou gestos que demonstrem seus sentimentos, às vezes, tão sutis a minha expansiva recepção; tão distantes ao alcance de minhas vênulas, que me entristecem.
É essa minha mania de te querer para o sempre que me prende na insegurança de um dia olhar para o chão e enchergar minha sombra solitária.
É essa minha mania constante de tentar, até no meu andar, explicitar-te todos os meus evasivos sentimentos por ti que te cobra tributariamente um pouco mais de sede pela paixão.
Peço-te o desagravo pela minha intensidade. Tua companheira serei, todavia não esqueçáis de querer-me, eternamente, como tua mulher pois , só assim, seremos protagonistas de um amor teatral envolto de aplausos harmônicos.
(Mariana Lopes)



Ademais, uma pitada de Chico :
"(...)E agora que cheguei eu quero a recompensa,
Eu quero a prenda imensa dos carinhos teus"