22 de maio de 2012

Questão de horário

Sempre fora tão fácil arrancar de meu coração as pedras que você costumava depositar. Os relógios não completavam uma volta e meu sorriso já havia retornado ao seu lugar. Não sei se foram poeiras que ainda ficaram, mas tem estado tão difícil. Tento tirá-las. Quando olho para ti me esqueço por um momento das cicatrizes, que por uma eventualidade voltaram a sinalizar dor. Sei que meus olhos estão opacos e isso te entristece. Apesar de saber que é a ausência da alegria que te alegra que te deixa cabisbaixo e não a consideração de que a falta daquele brilho, que você costuma sentir, foi regado por ti. Porém, fique tranquilo,meu bem, tudo voltará. É só um atraso.

11 de dezembro de 2011

Nisso.

Foi te amando que o amor se desfez.
O amor que , para mim, nos sonhos da infância sempre fora aquela doação inigualável , desiludiu-se.
Não que eu não te ame, só não queria que o amor se trasformasse nisso.
Os teus espinhos arranharam minhas veias tão belamente bordadas.
Os teus outros contratempos encalcam sobre mim, fazendo que palanque que ocupavas em meu coração desabasse e fostes a um lugar aquém.
Não que eu não te ame, só não queria que o amor se trasformasse nisso.
Culpo-me tentando resgatar aquele fulgor de outrora, mas bem que avisei e não te importastes .
Meu bem, eu avisei.
A dissertaçao do amor que para ti se resume proximo de nada, sempre fora uma afirmativa que me voltavas. E me inquetavas.
Quantas vezes ao teu lado estive sozinha .
Conseguistes trasnformar a minha entrega em um episodio a ser rasgado.


Sem culpas nem desgravos, por favor.

...
Não que eu não te ame, só não queria que o amor se trasformasse nisso. Nisso .

4 de novembro de 2011

Nosso estranho amor

A frouxidão de suas mãos sobre a minha é o que me estranha no seu oculto amor.

25 de setembro de 2011

Fim

"Coração bate dentro do meu peito
Mas bate sem compasso, nem jeito" (C.A.)



As mãos desencontram-se,
Os olhares vagos na saudade,
Aquela timidez peremptória,
A preocupação pela abundante falta de intimidade,
Veis perdidas no contexto,
Os corações abismados,
Lábios descaminham no ar,
As carícias esquecidas,
Os abraços estampados socialmente,
as palavras soltas preenchendo o silêncio da paixão,
ocultadas pelas magoas de dois amantes desentendidos,
E o amor?

O desamor.



"O fogo ilumina muito,
por muito pouco tempo
Por muito pouco tempo,
em muito pouco tempo
O fogo apaga tudo..."










Quando os olhos não mais se entendem,
o que fazer com o amor?

4 de setembro de 2011

Contorção do amor

Os corpos se encaixam, os corações se atritam.
Eis o abismo do amor.
(Mariana Lopes)

4 de agosto de 2011

O ápice da felicidade encontrada dentre os amores perdidos de amor
é a certeza dos olhos.









É tão bom quando teus olhos ,perdidamente, amam-me.

3 de agosto de 2011

But I love, love you

Ás vezes, sinto o refutar do sopro que me respondes ao dizer que também me amas.O Também da obrigação.
Como se o seu sentir devesse lutar contra a barreira de ar para aos meus ouvidos chegar.
Como se meus olhos fossem chamas a te queimar e ,então, para baixo recua o olhar num ímpeto de resgatar força alguma para pronunciá-las.
Dói a mim mais a sonoridade acanhada e incerta destas a teu próprio silêncio.







Às vezes,

16 de julho de 2011

"Porque eu sei que é amor,

eu não peço nada em troca"





Essa minha mania de conjurar ao amor deliberadamente dilacera-me.
És um poço infinito e transbordante em meu peito. Sou somente uma garoa em tua mente.
És o motivo de meus olhares ao céu, enquanto descaminhamos pela terra serena.
Todavia, amar-te-ei sobre o eterno (mais do que me pertmitires).







Amar-te-ei além...

29 de junho de 2011

Despertou fatalmente.

"Onde aprender a odiar para não morrer de amor?"
(Clarice Lispector)







Já era amor antes de sermos.
O amor era, já, antes de sabermos amar.

(Mariana Lopes)

28 de junho de 2011

Tangente a mim

"Como fosse um par que nessa valsa triste se desenvolvesse ao som dos bandolins
E como não, e por que não dizer que o mundo respirava mais se ela apertava assim?
Seu colo como se não fosse um tempo em que já fosse impróprio se dançar assim (...)"










Ao som dos bandolins,
traço, às avessas, o caminho guiado pelas pegadas divinas
a fim de deparar-me com a eterna esperada felicidade,
na dança ritmo ironizada da vida.
(Mariana Lopes)

22 de junho de 2011

O clamor dos lábios

"Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita,
e o beijo tácito, e a sede infinita"
(Carlos Drummond de Andrade)




A mim,
é de tanto agrado quando, entre conversas corriqueiras feitas pra selar o dia, nossos lábios vão vagarosamente- todavia, ardentemente- suavizando-se.
Uma palavra, um toque; uma palavra, um deleite...Como num súbito estranhamento de quem já se conhece, mas precisam reconhecer-se; apalparem-se com a finalidade do aguçamento pertencente aos dois amantes e únicos entendedores.
Até que tais vocábulos sucumbem ao poder da paixão impetuosa e esquecidos são, para o momento em que os lábios , em plena brandura, não mais se clamarem.
(Mariana Lopes)

13 de junho de 2011

" (...) E ter esta sede






era a própria água deles. "
(Clarice Lispector)

Serei se me permitires

É essa minha mania de caçar palavras ou gestos que demonstrem seus sentimentos, às vezes, tão sutis a minha expansiva recepção; tão distantes ao alcance de minhas vênulas, que me entristecem.
É essa minha mania de te querer para o sempre que me prende na insegurança de um dia olhar para o chão e enchergar minha sombra solitária.
É essa minha mania constante de tentar, até no meu andar, explicitar-te todos os meus evasivos sentimentos por ti que te cobra tributariamente um pouco mais de sede pela paixão.
Peço-te o desagravo pela minha intensidade. Tua companheira serei, todavia não esqueçáis de querer-me, eternamente, como tua mulher pois , só assim, seremos protagonistas de um amor teatral envolto de aplausos harmônicos.
(Mariana Lopes)



Ademais, uma pitada de Chico :
"(...)E agora que cheguei eu quero a recompensa,
Eu quero a prenda imensa dos carinhos teus"

24 de maio de 2011

"Ainda bem

Que você vive comigo...




...Entre tantos anos, entre tantos séculos"














Prendi-te do lado esquerdo, bem ali, aqui.
Amarrei minhas mãos sob o calor das suas,
Enlacei seus olhos em meu caminhar.
Invadiu-me com permissão.
Foi equilibrando meus contornos em seu corpo que delineei o amor.
(Mariana Lopes)

Se puder sem medo

Não era o medo do escuro...
É a mente que na penunmbra solitária encontra um campo libertino,
vagando pelos ares sem pudor de si,
retirando as amarras do inconsciente, o qual projeta ilimitadamente a imagem da lembrança nostálgica, afobando meu coração que ressoa na harmonia do desabar do chão.










É. Confesso :
_Tenho medo do escuro oriundo do calar da noite e do falar da dor.






_Por favor, não solte a minha mão até o radiar da aurora.
(Mariana Lopes)