21 de dezembro de 2010

Lembranças


Ao assistir a um filme cujo personagem principal é Robert Pattinson, comecei a meditar sobre certos preceitos. Se seguirmos a mensagem do filme , o sub título já a responde: “A vida é feita de momentos”. Sim, a vida é um filme terminável , feito de cenas, personagens e um final.
Não me perguntes se a vida é um filme com final feliz, pois isso, sinceramente, eu não saberei responder, quiçá tenha alguém que saiba.
Porém, assim como diria Shakespeare : “A vida é uma peça de teatro sem ensaios.”
Isso é o que me parece mais difícil de lidarmos.
Sonhamos com final felizes, fazemos planos, opções . Todavia, por mais que saibamos que nossa vida é única, que não se banha duas vezes no mesmo rio, insistimos em delinear mentalmente que nossas escolhas têm volta . Somos insistentes conosco.
Não. Elas não têm e culminarão sempre em uma perda. São fatais.
A própria forma como se vive consiste em uma escolha: ou se vive com parâmetros, projetos para o futuro ou se deixa levar pelas sensações momentâneas.
É tudo uma questão de viver.
“Cada qual com o seu cada”, cada qual com sua vida, cada qual com os seus motivos.
Convenhamos, o que me impressionou nesse filme- estilo sessão da tarde- não está atrelado ao ator por fazer parte da saga Crepúsculo. Não sou nenhuma fã alucinada, por favor.
No entanto, confesso que o personagem me agradou, identifiquei-me com ele. Pelo seu jeito intrínseco, com poucos amigos, isolado pela pleura de seus pensamentos, com uma bela queda por livros, sem muitas expectativas para cada dia, aposentado de qualquer experiência nova, mas que acaba caindo em buracos por pura distração, por pura brincadeira do destino.
Teve a sorte de nunca escorregar em orifícios profundos; mas em sentimentos reentrantes que sempre o cercava. Como se o seu eu fosse um saco descosturado onde carregasse todas as emoções sem se queixar: as dele, as de sua namorada, as de sua irmã, as de seu amigo.
Justificado como um coração nobre, generoso.
Além de ser atraído por deuses gregos , pela balança da justiça, pela lembrança de cada pessoa que cravou a sua vida. Possui peculiaridades não muito expressivas, na realidade, pouco compreendidas, pois as pessoas preferem os extrovertidos, afinal, dão o mundo para explicitar a todos o que se sentem. Não, Tyler Roth, não era destes. Era fechado em si, em seus escritos. Era intenso.
Felizes os que tiveram a sorte de entrar em sua vida, de senti-lo.
Pois o que mais moveria um coração generoso senão o amor?
Sim. Ele era feito de puro amor.
Bom, assim como na vida, o filme terminou com a penumbra. Seus olhos se fecharam devido a um fenômeno americano.
Todos indagarão, ele não devia estar lá , é tudo culpa de seu pai.
Sim, ele devia estar.
O espetáculo da vida vai até o final da linha, nunca se para no meio da peça.
O fim é sempre o fim.
Para concluir, além de comentários escrupulosos, além de citações literárias, eu não poderia terminar o texto sem deixar como ditame a frase mais célebre do filme:
“Qualquer coisa que você faça na vida será insignificante, mas é muito importante que o faça porque ninguém mais o fará”. (Gandhi)

É mais que uma frase, é uma teoria. Viva!



Acabou a linha.
(Mariana Lopes)

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