23 de dezembro de 2010

Sobrenome

O Ultra-romantismo sempre se fez meu sobrenome.
Não pela ânsia da morte ou pela satisfação que esta poderia trazer aos meus devaneios.
Porém, pela atração ao lirismo da liberdade.
Pelo apego aos sentimentos mais profundos sem exitação de serem usufruídos, sem a cautela de serem duvidosos.
Sim, pela realeza da profundeza.
Pela profundeza do ser.
Pela profundeza do amar.
Pela profundeza de viver.
Pela profundeza de se doar.
Pelo puro e extremado exagero.
Sei que tempo nós temos,
A água é que corre , o rio continua lá.
Mas tenho a urgência em sentir, em querer.
Em te querer.
Ei de me purificar de tamanha demasia.
Derramá-la-ei em ti.
Não por meio de meu cândido toque ou pelo fulgor de minhas carícias ou pelo meu transvestido romantismo.
Mas pela intemperância de alimentar meu vício.
Mas pela minha ânsia em te manter eternamente presente em minhas lembranças.
Fixado na minha teimosia em aceitar as encruzilhadas do destino.
Fixado em mim, ei de estar profundamente.
No sobrenome de cada recordação, de toda lembrança revivida.
Ei de estar.
(Mariana Lopes)

2 comentários:

  1. Linda M.L.; parabéns! Adoro O Ultra-romantismo: Sheley, Byron, Álvares de Azevedo, musset... Medo de amar? Platonismo? Hedonismo? O seu texto expressa bem o que deseja um amante compulsivo do irresistível sabor da vida. Gosto muito de sua arte; bjs!

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  2. Sim, todas estas indagações são adoráveis. Muito obrigada, adoro os seus comentários.
    Um beijo!

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