21 de abril de 2011

Raios desentendidos


A moça de cabelos não mais movidos por ventos de girassóis, caminhava pela rua às cansadas, entre vitrines e maniquins, quando deparou-se com um espelho e indagou com certa gota de ultrage:
_ O que são essas olheiras que tanto penumbram minha alma e aprofundam os oblíquos traços delineantes de meu rosto, já não tão singelo?
_ Não olhes para mim, querida dama, sou apenas reflexos de raios desentendidos. Olhes para ti e entenderás- entoou o espelho.






Com os olhos fechados, sorriu.

(Mariana Lopes)

Um comentário:

  1. Tão poético esse seu blog flor. Me identifico muito com esses seus escritos!! :)

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